segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Desvantagens de um povo sensível

 

(no subject)

Fátima Rodrigues mariafatima.rrodrigues@gmail.com

Tue, May 20, 7:09 PM
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Pensava que para ser político de carreira bastava a adesão em tenra idade a um 

qualquer partido. Depois era seguir a corrente, sem dar muito nas vistas e saber 

lidar    com Deus e com o diabo.

Pensava também que o CV não era muito exigente. Basta ver a Assembleia da 

República onde tantos fazem carreira quase sem abrir a boca e onde alguns são 

chamados de doutores e engenheiros sem o serem.

Apesar da garantia de emprego, muitos vão melhorando o desempenho para atingir 

melhores objetivos.

Refiro-me a aulas de expressão dramática para enriquecer a performance política e 

ajudar a convencer eleitorados indecisos.

Foi assim com um que levou um tiro numa orelha e ganhou o campeonato americano. 

Antes, no Brasil, depois de um incidente parecido, Bolsonaro também chegou ao poder.

Por cá também temos os nossos “one-man show”, que em duas penadas nos demonstram

como funciona tão bem o nosso sistema de saúde - para certos utentes - e como se 

ganham votos por empatia.

Somos um povo sensível ao drama, à tragédia, ao horror, como diria o Artur Albarran. 



 













quinta-feira, 31 de julho de 2025

O país encantado pelo turismo

 País encantado

Fátima Rodrigues mariafatima.rrodrigues@gmail.com

Fri, Jul 11, 10:27 AM
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Mesas fartas em esplanadas cheias, são assim as ruas das grandes cidades. 

Gente sentada e gente apressada para se sentar.

Classes sociais tão imensamente diferentes se cruzam: umas que servem e outras 

são servidas.

E de toda essa gente quantos são portugueses, melhor, quantos são os 

portugueses de salário mínimo sentados nessas mesas?
Provavelmente poucos, porque nesses locais os preços andam à solta e só para

 “inglês ver”.
As ruas nacionais estão a abarrotar dessas gentes deslumbradas pela nossa 

cultura e gastronomia, essencialmente pelo nosso custo de vida tão conveniente 

para quem tem rendimentos de primeiro mundo.

País poliglota e acolhedor o nosso, adaptado a bem servir o que de melhor temos. 

Nos últimos anos tudo tem sido pensado nesse sentido.

Para nós portugueses fica a obrigatoriedade de nos adaptarmos aos novos tempos 

fugindo dos locais onde os preços são praticados a bel-prazer, sem que a 

fiscalização (inexistente) perturbe.

Viver do turismo e para o turismo é sempre um risco em qualquer economia. 

Esperemos que os decisores deste país (sempre tão competentes)  pensem em 

diversificar para que se este fluxo turístico nos falhar tenhamos outras alternativas.


terça-feira, 22 de julho de 2025

Português há só um

 

A Pátria e a língua portuguesa

Fátima Rodrigues mariafatima.rrodrigues@gmail.com

Wed, Jul 2, 11:27 PM
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Portugal que já foi império está reduzido a este pequeno retângulo a beirar o mar 

e ainda aos dois pedacitos de terra no Oceano Atlântico: Açores e Madeira.

A língua portuguesa, entretanto, está nos quatro cantos do mundo e é falada por 

cerca de 260 milhões de pessoas – a quarta mais falada no mundo.

Do pouco a que já podemos chamar nosso, a língua que falamos mistura-se nos 

sotaques, ajeita-se em novas palavras que vão entrando no dicionário de acordo 

com a evolução natural de qualquer língua. Daí entender que o Acordo Ortográfico

foi uma cedência desnecessária ao Brasil.

Numa tentativa de apropriação ou de apoucamento é recorrente (muito nas redes 

sociais) ouvirmos expressões como "português do Brasil" ou “brasileiro".

Como portuguesa que tem orgulho na sua língua, irrita-me a ignorância e o 

desbarato com que se misturam alhos com bugalhos.

Só existe uma língua portuguesa, o resto são sotaques: brasileiro, angolano, 

moçambicano, açoriano, madeirense, etc.

Como exemplo, nos EUA, que se apropriam do que lhes interessa, a língua que 

falam é um não assunto. Eles não falam o “inglês americano”, falam o inglês, ponto. 

Do mesmo modo, no Canadá, Austrália e muitos outros países se fala inglês o sem 

substantivo.

Gostava que os governantes, através do  Ministério da Cultura estivessem atentos 

a este fenômeno que parecendo inocente, na minha opinião, não o é. 






segunda-feira, 30 de junho de 2025

Mundo do faz de conta_Será que perdemos a capacidade de pensar?

Mundo do faz de conta

Fátima Rodrigues mariafatima.rrodrigues@gmail.com

Thu, Jun 5, 10:47 PM
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A doença faz parte do ser humano. Para umas se encontra a cura, para outras há que esperar pela evolução da ciência. Umas afetam o corpo, outras a mente. Atualmente os números atribuídos à doença mental são assustadores.

Agredir, matar agora é patológico e as vítimas são menos vítimas porque os agressores são tão somente doentes.

Parabéns aos psicólogos. Demoraram a aparecer, mas agora tem um cardápio onde escolher a desculpa para a maldade pura, a agressividade gratuita, a indiferença, motores de tantos crimes hediondos?

Hoje o cancro mais pernicioso não é o que corrói o corpo, mas o que ataca a alma e a torna insensível ao sofrimento alheio.

Crianças são maltratadas e mortas em todo o mundo, enquanto lançadores de tendências induzem mentecaptos a investir em bebés de faz de conta, os bebés Reborn.

Banaliza-se a brutalidade, despreza-se a vida, numa sociedade tornada indiferente, que se expande sem freio moral e onde pseudo seres humanos, incapazes de pensar por si mesmos, se transformam em cegos seguidores da irracionalidade e do absurdo propagandeados nas redes sociais.

Perdeu-se a capacidade de pensar?


 


terça-feira, 20 de maio de 2025

Não havia necessidade/Diversão e exercício no autocarro

 

Fátima Rodrigues mariafatima.rrodrigues@gmail.com

Wed, May 7, 2:16 PM (13 days ago)
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Há uma campanha permanente para aconselhar os mais velhos a praticarem exercício físico, 
mas como diria o outro “não havia necessidade”. Basta ver a capacidade de equilíbrio que 
os idosos possuem nomeadamente quando usam os transportes públicos. 
Pelo que vou observando mal entram no autocarro, em menos de 30 segundos voam pelos corredores. 
Na travagem seguinte são automaticamente sentados e só com algum azar se estatelam no chão.
Com muletas, andarilhos, mancos ou aos tremeliques todos sem exceção adquirem uma 
elasticidade fantástica só por usarem os transportes públicos. 
Não insistam mais em ginásios para velhotes, subsidiem o passe dos STCP pois para além 
do exercício físico também se divertem e divertem os restantes passageiros.



sexta-feira, 9 de maio de 2025

Os mesmos a fazer as mesmas coisas


Apagados aos poucos

Fátima Rodrigues mariafatima.rrodrigues@gmail.com

Tue, Apr 29, 10:14 AM
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Muito já se escreveu sobre os motivos do apagão do dia 28 abril e muito mais se escreverá.

Muitos vão enaltecer como foi lindo o dia em que as pessoas se viram privadas das redes sociais e

puderam confraternizar à volta dum churrasquinho entre família  amigos.

Muitas teorias conspiratórias e muitas profecias sendo ditas, mas ninguém assume que estas coisas 

também acontecem por conta da nossa subordinação e perda gradual de autonomia.

Supostamente somos uma nação mas percebe-se como mandamos pouco no que é nosso.

O exímio trabalho dos políticos quando entregam bens essenciais como energia e água a privados ou 

estrangeiros mostra como o país está a ser vendido a retalho.

Conheço bem a realidade da EDP e o orgulho com que se festejavam grandes investimentos nas 

energias limpas em diversos países ao redor do mundo para agora me aperceber como estamos tão 

subordinados a outros na manutenção dos bens essenciais como a água e a energia.

Ter fé que vêm aí melhores dias só porque temos eleições em breve é um direito que cada um tem. 

Pessoalmente não acredito na mudança, porque continuam a ser os mesmos a fazer as mesmas coisas, sem criatividade e sem autonomia.

D. Sebastião não voltou e o D. Afonso Henriques foi um génio no seu tempo e provavelmente já não 

saberia governar este país entregue a mouros.