Quando o tempo cala a nossa voz…
Aquele tempo em que achávamos ser donos da razão, dos grandes discursos e dos argumentos intermináveis vai diminuindo com o passar dos anos.
Do discurso externo vibrante evolui-se para um monólogo interno interminável e as grandes questões que se equacionam durante a vida voltam agora mais fortes porque se tem o tempo e o espaço para avaliar retrospectivamente o que se viveu. Aparentemente voltamos a uma espécie de nova meninice da idade dos porquês.
E nas famílias, quando não há valores ou compaixão, aqueles que silenciam a voz transformam-se pouco a pouco no “elefante na sala”.
A razão tem novos donos, que tudo sabem e tudo discutem com argumentos de altíssima lucidez. A voz dos mais velhos é abafada por vozes mais altas e mais fortes. Já pouco importa quem foram os antecessores com sucessos ou insucessos que nessa contínua desvalorização pouco a pouco se anulam…
Tudo perde importância perante novas gerações espaçosas e brilhantes.
Ai se as jovens gerações percebessem como se chega tão depressa a ser o elefante na sala talvez que a compaixão tornasse este mundo mais suportável.
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