quinta-feira, 31 de julho de 2025

O país encantado pelo turismo

 País encantado

Fátima Rodrigues mariafatima.rrodrigues@gmail.com

Fri, Jul 11, 10:27 AM
to leitor

Mesas fartas em esplanadas cheias, são assim as ruas das grandes cidades. 

Gente sentada e gente apressada para se sentar.

Classes sociais tão imensamente diferentes se cruzam: umas que servem e outras 

são servidas.

E de toda essa gente quantos são portugueses, melhor, quantos são os 

portugueses de salário mínimo sentados nessas mesas?
Provavelmente poucos, porque nesses locais os preços andam à solta e só para

 “inglês ver”.
As ruas nacionais estão a abarrotar dessas gentes deslumbradas pela nossa 

cultura e gastronomia, essencialmente pelo nosso custo de vida tão conveniente 

para quem tem rendimentos de primeiro mundo.

País poliglota e acolhedor o nosso, adaptado a bem servir o que de melhor temos. 

Nos últimos anos tudo tem sido pensado nesse sentido.

Para nós portugueses fica a obrigatoriedade de nos adaptarmos aos novos tempos 

fugindo dos locais onde os preços são praticados a bel-prazer, sem que a 

fiscalização (inexistente) perturbe.

Viver do turismo e para o turismo é sempre um risco em qualquer economia. 

Esperemos que os decisores deste país (sempre tão competentes)  pensem em 

diversificar para que se este fluxo turístico nos falhar tenhamos outras alternativas.


terça-feira, 22 de julho de 2025

Português há só um

 

A Pátria e a língua portuguesa

Fátima Rodrigues mariafatima.rrodrigues@gmail.com

Wed, Jul 2, 11:27 PM
to leitor


Portugal que já foi império está reduzido a este pequeno retângulo a beirar o mar 

e ainda aos dois pedacitos de terra no Oceano Atlântico: Açores e Madeira.

A língua portuguesa, entretanto, está nos quatro cantos do mundo e é falada por 

cerca de 260 milhões de pessoas – a quarta mais falada no mundo.

Do pouco a que já podemos chamar nosso, a língua que falamos mistura-se nos 

sotaques, ajeita-se em novas palavras que vão entrando no dicionário de acordo 

com a evolução natural de qualquer língua. Daí entender que o Acordo Ortográfico

foi uma cedência desnecessária ao Brasil.

Numa tentativa de apropriação ou de apoucamento é recorrente (muito nas redes 

sociais) ouvirmos expressões como "português do Brasil" ou “brasileiro".

Como portuguesa que tem orgulho na sua língua, irrita-me a ignorância e o 

desbarato com que se misturam alhos com bugalhos.

Só existe uma língua portuguesa, o resto são sotaques: brasileiro, angolano, 

moçambicano, açoriano, madeirense, etc.

Como exemplo, nos EUA, que se apropriam do que lhes interessa, a língua que 

falam é um não assunto. Eles não falam o “inglês americano”, falam o inglês, ponto. 

Do mesmo modo, no Canadá, Austrália e muitos outros países se fala inglês o sem 

substantivo.

Gostava que os governantes, através do  Ministério da Cultura estivessem atentos 

a este fenômeno que parecendo inocente, na minha opinião, não o é.