Finalmente...
Bati com a porta.
Disse um basta em tanto sofrimento.
A tantas noites e dias de fingir normalidade.
Parti rumo à liberdade.
O fresco da noite no rosto acordou-me para o que não tenho vivido.
Ver a noite de que sempre gostei.
Ver um céu estrelado, uma lua brilhando.
Agora é definitivo. vou embora da casa que paguei com tanto esforço.
Nada que não seja normal num país que pune as vitimas e protege os agressores que em geral são homens. Afinal quem faz as leis?
Quem as aplica?
Solidariedade masculina diria...
Já na rua, apercebo-me que deixo para trás 30 anos de rotinas, umas boas outras nem tanto.
30 anos em que mais de metade foram dum sofrimento atroz.
Em que quis voar, progredir e isso fazia confusão a cabeças tacanhas.