quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Portugueses são os que chumbam mais cedo

 

“Portugueses são os que chumbam mais cedo”, dizia o JN de 12 Dezembro 2017

Com este título tão sugestivo, a leitura que se faz de imediato é que os alunos portugueses são os menos inteligentes ou persistentes da Europa. A leitura não deixa margem para dúvidas: os nossos alunos são medíocres porque desistem da escola.

Porque tudo o resto é perfeito!

O ensino em Portugal está nos melhores níveis europeus, senão vejamos: os programas estão adequados às necessidades do universo escolar; o preço dos livros e material escolar é perfeitamente acessível ao bolso dos portugueses; o acompanhamento escolar é de boa qualidade e só não é melhor porque os pais não colaboram com a escola: eventualmente porque trabalham e ninguém parece perceber que as deslocações à escola deveriam ocorrer em horários que não penalizassem profissionalmente os pais; e por fim a qualidade dos nossos professores é tão boa que toda matéria é aprendida na escola e nem é preciso os pais gastarem fortunas em explicações para que os filhos atinjam o nível necessário para passarem de ano. Por tudo isto o ensino em Portugal está de parabéns, à excepção dos alunos! Os alunos esses não!

É pena que se dêem notícias tendenciosas e não haja coragem para ir mais além. Se calhar os alunos desistem porque não se revêem na escola; talvez porque a escola presta muita atenção aos bons alunos e pouca aos menos bons; e finalmente porque o que se pede ao professor dos nossos dias é que tenha as habilitações académicas e saiba debitar informação, ao contrário do Mestre do antigamente que tinha o prazer de ensinar e que para muitos da minha geração foram referências para a vida.

Na equação mão-de-obra e matéria-prima só existe um bom resultado se o professor souber moldar o aluno rumo ao conhecimento para um melhor desempenho  social e profissional.

Ninguém pede aos professores para educarem os nossos filhos. Pede-se-lhes que tenham competências para passar o conhecimento.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

De cabeça perdida

PUBLICADO NO BLOG "A VOZ DA GIRAFA" QUARTA-FEIRA, 18 DE OUTUBRO DE 2017

Por muita presença de espírito que qualquer governo tenha, é fácil perceber a desorientação, o andar a atender a interesses que não se controlam, o “empurrar com a barriga” a ver se passa. 
E isso é o que temos observado na situação grave que o país enfrenta, relativamente à criminalidade incendiária. 
Neste fenómeno dos fogos, que está longe de ser explicado, menos ainda de ser controlado, percebe-se a cabeça perdida deste governo ao tentar, também, apagar os “fogos” internos que se desenham decorrentes da pouca eficiência demonstrada.
E aqui sou obrigada a tirar o meu chapéu ao Presidente da República que muito assertivamente disse o que se impunha numa situação destas. 
Habituados à postura distante e pouco humanizada da Presidência anterior, é agradável ver a proximidade do actual PR: o ir aonde faz falta, o dizer no momento oportuno, o manter a harmonia até onde é possível para a boa gestão do país. 
São  atitudes novas e muito positivas a que não estávamos habituados...


1 comentário:

  1. Verdade. Receio que nem assim se vá lá, que os políticos de topo, principalmente esses, andam demasiado enredados em tática para conseguir ter estratégia. Neste caso, quase literalmente tão preocupados com a ŕvore que não conseguem ver a floresta. MAs entre eles há um, o Presidente da República, que me dá alguma esperança de ao menos ele não ir largar o assunto, ao virar do próximo caso.

Um país abandonado


Somos todos culpados dos erros da governação pela inércia, pelo “deixa andar”, a par com o palpite fácil sem consequências.

Fizeram-se ontem manifestações de rua porque aqui ao lado, na vizinha Galiza o povo também veio para a rua 
manifestar-se pelos 4 mortos nos incêndios. Ninguém se lembrou de manifestar-se pelos nossos mortos de Pedrogão.

Temos uma participação cívica deficiente e as gerações do futuro não estão muito interessadas na intervenção politica, 
esquecendo que o nosso país não é a Europa (com diversos níveis de desenvolvimento), mas apenas este pequeno 
rectângulo chamado Portugal, que há que cuidar, para que melhor seja o futuro.

Depois do abandono a que foram votadas as populações do interior, a quem tiraram as infraestruturas necessárias a 
alguma qualidade de vida (centro de saúde, tribunais, etc.). ainda exigem uma comunidade proactiva. Esquecem 
que são na sua maioria pessoas envelhecidas, que enquanto jovens sempre zelaram pelo que era o seu património, 
mas agora não têm forças, nem voz, nem autoridade e a quem o poder sucessivamente ignora.

Na grande vaga da fuga para a capital de recursos e de pessoas que lá se enclausuram a dar as ordens ao 
resto do país é natural que passe despercebida a degradação do território e o isolamento em que as populações vivem.

E os da moral em alta, como é o caso da líder do CDS, também esquecem que enquanto Ministra que foi da 
Agricultura e Florestas, nada fez para colmatar a situação que agora explode da forma que se tem visto.

Depois também queremos acreditar que temos um governo autónomo, independente mas, na prática, o que temos são 
político são o serviço de um poder maior: o grande capital!

E nesta repetição de escândalos financeiros, é recorrente a ausência de consequências para banqueiros corruptos, 
para empresas que gerem o dinheiro dos nosso impostos, com a conivência dos sucessivos governos, em negócios 
como o SIRESP, em empresas alimentadas com o dinheiro que deveria ser para desenvolvimento (ordenação/limpeza 
do território nacional, por exemplo), e que se encontram blindadas ao acesso da investigação.

A Protecção Civil foi criada para calar, travar e monitorizar os bombeiros e em termos concretos não se criaram melhores 
resultados no combate aos fogos. Pelo contrário é nítido o mal estar latente entre as duas entidades. Com toda a clareza 
percebe-se que foram mais uns quantos lugares bem remunerados e entregues a quem não tem competência, nem 
formação adequada, como se viu recentemente.

Cria-se o monstro e depois este toma conta do criador!

Sobrevalorizam-se os intelectos sediados na capital, como se a inteligência fosse atributo dos senhores de Lisboa 
e esquecem que nos mais diversos locais existem pessoas que fariam toda a diferença nas soluções para os problemas: 
os presidentes de câmara para exercerem o poder  que conquistaram têm que ir ao “beija-mão” a Lisboa, numa atitude 
subserviente, quando tem toda a legitimidade porque foram eleitos para resolver os problemas que se colocam nas suas regiões.

O simples presidente duma Junta de freguesia, figura na cauda do poder politico, se bem preparado e com características 
além do “saber ler e escrever” poderia nesta situação de calamidade, prevenir muitas das situações que deflagraram.

Bastava para tal o conhecimento do terreno que obrigatoriamente devem ter, a formação e algum equipamento - uma 
simples máquina de limpeza de terrenos.

Como diz o povo grão a grão…  se cada Junta de freguesia tivesse o necessário para limpar a seu território, porque 
melhor que ninguém eles conhecem as fragilidades locais, a situação nacional estaria redondamente melhor.

Como prioridade limpar, substituindo-se a quem não limpa; depois apresentar a factura. Tenho a certeza que era 
melhor solução do que as multas e multinhas e os grandes estudos que os governos começam e nunca acabam.
Para quem não pode, não quer ou está longe é a forma mais vantajosa a ambas as partes e mais adequada para 
prevenir, salvar e gerar um orçamento próprio para as freguesias.

Mas isto são ideias minhas, porque o que se vê é cada vez mais a aposta em frota automóvel para a Protecção Civil 
porque aí sim dá uma aparência de maior modernidade…

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Os diferentes rostos da loucura


No mundo em que vivemos a vida vale pouco e dependente das leis de alguns países ainda vale menos. 
A criminalidade banaliza-se no mundo, e até neste nosso país à beira-mar “espantado” a lei é cada vez menos inibidora.

Caricato é que a fasquia da protecção dos animais sobe e a dos seres humanos desce.

E depois para uns quantos criminosos com graves perversões e desequilíbrios, fruto de lavagens cerebrais por que passam desde tenra idade, a vida humana não merece mesmo qualquer respeito.

A estes, insistem em chamar terroristas; para mim são apenas seres dementes obcecados pelo ódio e pela intolerância.

Chamar-lhes terroristas é atribuir-lhes uma causa e desde logo uma dignidade que não tem.

Porque lutar por uma causa que se considera justa é no mínimo garantir o respeito por alguns valores éticos e morais, nomeadamente desenvolver a luta/actuação contra os opositores/culpados e nunca sobre pessoas que não são directamente responsáveis pelo que se crê ser o problema.

Mas para os mentores destes actos criminosos não há regras; Há tão somente a selvajaria a todos os níveis. Eles são conscientes de que não há horror maior do que não saber onde e como pode acontecer.

Afinal esta gente que quer submeter o mundo à sua fé ficou parada no tempo da barbárie, não respeitando nem as mulheres e crianças do seu próprio povo, que são na sua perspectiva seres menores e podem ser usados como verdadeiros objectos na sua sede de vingança.

Observa-se, entretanto nos últimos tempos, neste fenómeno de criminalidade cobarde que o Daesh vem implementando, uma atitude recorrente:
- agora os autores já não se explodem nos atentados: fogem e escondem-se, tentando escapar.
Porque será?
Será que começam a duvidar das virgens prometidas?

Será que a lavagem cerebral está a perder terreno – será que uma outra lavagem cerebral em sentido contrário especialmente sobre os muito jovens inseridos nos países europeus, onde os ataques tem decorrido e que estão no processo de domesticação, com vista a mais atentados, não surtiria efeito dissuasor?

Afinal, se todo o processo passa pela manipulação psicológica sobre estes autores, porque não utilizar a psicologia para tentar esvaziar essas lutas sem causas.
Aí, a comunicação social teria um papel fundamental: ao invés de pormenorizar os atentados que funcionam como relatórios de sucesso para o Daesh, desmistifiquem todas as crenças massivamente, como uma espécie de guerra fria psicológica.

Talvez que aos jovens que nascem para matar, chegue aos poucos outra informação e possam decidir pela sua própria cabeça...

...e talvez que o Daesh fique sem acesso a tantos idiotas à procura de uma causa...

PUBLICADO NO BLOG "A VOZ DA GIRAFA"  QUARTA-FEIRA, 23 DE AGOSTO DE 2017



segunda-feira, 31 de julho de 2017

“O rei vai nú”

TERÇA-FEIRA, 1 DE AGOSTO DE 2017


Existem mecanismos judiciais para proteger/impedir o cidadão comum de tomar decisões perigosas para si e para os outros. 

Através de avaliação psicológica pode provar-se a incapacidade de algumas pessoas em gerir tarefas necessárias à sua autonomia. Sempre que é preciso corrigir um comportamento errático, incoerente, imbecilizado, a lei tem mecanismos (morosos é certo) mas eficazes.

E em relação à imbecilidade de pseudo-líderes - quando à frente dum país, de quem dizem ser o mais poderoso do mundo, está um homem chamado Donaldo Trump, perigoso só porque pensa e que muda de opinião a cada 24 horas, como se faz?
Aguarda-se que, de disparate em disparate, vá até ao disparate final. 
Respeita-se o facto de ter conseguido chegar ao poder e espera-se  que cumpra um mandato que começa a ter graves consequências para os EUA e não só?
Que mecanismos existem (se é que existem) para controlar este barril de pólvora, chacota de adversários e até aliados, a quem faltam os valores fundamentais a qualquer pessoa, menos ainda a quem  ocupa o cargo político mais influente do mundo. 
A avaliar pelos tristes exemplos que nos vão chegando, isto só vai piorar!
Tantos governantes, ao longo da história, causaram grandes estragos à humanidade e aparentemente eram pessoas “mais normais”.
Talvez que um louco mais louco que ele lhe dê um tiro.

terça-feira, 18 de julho de 2017

As comissões de inquérito deveriam ser inquiridas!

TERÇA-FEIRA, 18 DE JULHO DE 2017


Era uma vez um pais preocupado por não saber o destino dado ao dinheiro angariado para as vítimas dos incêndios do mês passado – e nós sabemos que nestas coisas há sempre uns espertos a facturar em cima da desgraça alheia – mas, como temos um governo muito atento, eis senão quando, vai de criar uma comissão de inquérito para analisar a "análise" que a PJ provavelmente estará a fazer - há quem diga que a nossa PJ é 5*****- já não sei nada!


Então como estava a dizer, a comissão tem 12 senhores (se calhar outros tantos assessores – para tomarem as respectivas notas) que irão receber pelo aluguer dos seus brilhantes intelectos muito mais que qualquer  investigador da PJ - isto sou eu que digo!

E como sabemos como estas coisas são e para que fiquem bem feitas, devem levar o seu tempo, ou por outras palavras demasiado tempo!

Assim, por um lado o povo acalma e percebe que realidade e ficção são coisas completamente diferentes;
E por outro “como depressa e bem, não faz ninguém”, há que saber levar as coisas com calma para este projecto durar o tempo suficiente e se tornar rentável aos seus intervenientes.

Fazendo apenas um paralelo: praticamente só agora começou a trabalhar a comissão de inquérito às viagens da Galp que aconteceram há quase um ano. E que eu saiba aqui não houve mortos nem feridos mas apenas uns quantos senhores que gostam de futebol...

E então,  já dá para adivinhar para que bolsos vai uma parte substancial das verbas angariadas, bem como as que virão de Bruxelas?

2 comentários:

  1. Abaixo a organização, o empirismo é que está a dar! Encha-se um camião com milhões de notas gordas e vá pelas aldeias ardidas, com altifalante, anunciar a distribuição a quem chegar primeiro...
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  2. Façam-se mais comissões para investigar outras comissões. E venham outras, sucessivamente, até que tudo se investigue sobre o que ardeu e sobre tudo que se vai escapulindo, eufemismo de roubando.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, FLORESTAS E DESENVOLVIMENTO RURAL

SEGUNDA-FEIRA, 3 DE JULHO DE 2017


Os troca-tintas da politica já nos habituaram a tudo, mas nem tudo lhes fica bem!

E é muito curioso ver a “autoridade moral” com que a ex-ministra da agricultura (com um visual visivelmente melhorado – o que parece ser apanágio dos lideres do CDS) vem exigir a demissão de ministros de António Costa no caso do roubo de material militar. 

E essa “autoridade moral” também se observou, como abutres, no incêndio de Pedrogão que ceifou tantas vidas e deixou muitas mais num sofrimento dificilmente ultrapassável.

Acaso esqueceu que como ministra que foi,  da agricultura, também tem responsabilidades no acontecido?

9 comentários:

  1. Esta gente insiste em tomar-nos a todos por parvos...
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    1. D.Fátima Rodrigues. Li e discordo. Todos os partidos quando não estão a governar procedem da mesma forma.
      Dizem mal dos que lá estão e apontam falhas dizendo como se devia fazer para melhorar a situação. Por isso, quando vão a votos e ganham é porque os eleitores querem que as "coisas" melhorem. Mas, já são passados quase dois anos e vêm desculpar-se dizendo que está tudo como o anterior governo deixou ? Então não era para melhorar o que estava mal ? Temos de ver as coisas como elas são e deixar-mo-nos de clubismos. São empossados como ministros. Assumem as responsabilidades do cargo daí para a frente !
      Eu se comprar uma casa e o inquilino anterior tiver deixado os barrotes do telhado podres com perigo de derrocada, eu, para entrar, a 1ª coisa que faria era mandar arranjar os barrotes podres. E não tenho obrigação ( como particular ) de dar satisfação ( a eleitores ) caso houvesse roubo. Sobre Pedrogão bastava fazer cumprir a Lei que existe. Distância de 10 m - para cada lado da estrada. O fumo já não se concentrava naquele túnel enorme e as pessoas podiam conduzir vendo para onde iam sem bater uns nos outros dando no que deu. Este é o meu ponto de vista. Cumprimentos
    2. Caro senhor Sousa Machado,
      é seu direito discordar, mas talvez não discorde se eu disser que no universo politico nacional e até internacional, talvez só 10% estarão por amor à camisola (se calhar sou uma optimista). Os outros 90%, olhe, como qualquer artista, fazem carreira! E que belas carreiras alguns fazem, sem fazerem quase nada. Tem dúvidas? Eu não!
      Assim só nos basta “botar fé” nos esforçados 10%. Mas como esses, na grande maioria estão no rodapé da politica, temos que acender muitas velinhas a fim de não esmorecerem na sua vontade de levar este país às costas.
      Em contraposição com o tamanho do país, a demagogia e a corrupção é grande e aparentemente ainda há muito para roubar.
      Fique bem 
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  2. Confrade Fátima Rodrigues, eu concordo com o que escreveu. Parece que ninguém defende o País; só defendem a pele atacando os opositores. Deve ser também do calor que lhes dá cabo das mioleiras.
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  3. Uma coisa é fazer a análise do que se passa na intervenção político/partidária do país, outra é concordar com o que se está a passar nessa acção. É preciso não confundir, porque o médico que detecta o cancro, não é de certeza um defensor dessa trégica enfermidade.
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  4. O que a D. Cristas fez pela floresta, em quatro anos e meio de ministra da Agricultura, foi liberalizar a plantação de eucaliptos. Pretender que um Governo que está ao serviço há pouco mais de ano e meio já tivesse resolvido tão velho problema, enfim, valha-nos Santa Rosinha de Viterbo!
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  5. O problema maior não são os eucaliptos, são os espaços que devem ser mantidos entre os diversos lotes e as distâncias entre estes e os caminhos públicos (estradas), assim como a limpeza das matas, e esta irresponsabilidade tem dezenas de anos. É preciso meter mãos à obra e deixar-se de passa-culpas. O resto são apenas pormenores para distracção do pagode.
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  6. Seja com esta ex-ministra, ou com o mais recente ex-primeiro-ministro, ou outros ex-coisa-e-tal, penso que o o que acontece é assumirem que no seu mandato fez todo o que lhe foi possível pelo melhor. Portanto, se algo de errado aconteceu agora, só pode ser responsabilidade do atual detentor do cargo. Uns fá-lo-ão de boa fé, outros nem tanto.