segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Dois pesos e duas medidas

SEGUNDA-FEIRA, 22 DE FEVEREIRO DE 2016

Sónia Lima está em prisão preventiva porque matou as filhas, Samira e Viviane e tentou suicidar-se.


Os pais de criança chinesa que morreu ao cair do 21º andar foram libertados e proibidos de sair do país.

Dois pesos e duas medidas, ou é a minha ignorância que não permite entender estas nuances da lei?

Alguém já terá comparado este caso ao da menina inglesa que ficou sozinha em casa e até hoje ninguém (?) sabe o que aconteceu.

No caso da Maddie, estamos a falar de súbditos de Sua Majestade (vénia). 
Parece que aquele maldito tratado com os ingleses obriga-nos até hoje a ficar de joelhos…

E no caso do casal chinês, qual é o critério para aplicação destas medidas? Alta finança? Vistos gold?

Morte por negligência, nos dois casos!


Haverá por aí algum jurista que me esclareça? É que eu só queria entender…

2 comentários:

  1. Não querendo entrar em conflito de opinião, até porque quase sempre estou de acordo com a colega de blogue, entendo, mas posso estar errado, que as situações em causa, e não defendo qualquer delas, são muito distintas. São ambas deploráveis, mas têm graus de responsabilidade distintos. A mãe assassinou as filhas, parece que para castigar o pai destas, mas não se matou. A outra morte, a da criança chinesa, é uma situação condenável de negligência. De qualquer forma, são erros humanos que nos envergonham como espécie.
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  2. Caro colega, obrigado pelo comentário. Sabe, às vezes fico com a sensação que somos muito subservientes ao que vem de fora e se a isto juntarmos a influência e o poder do dinheiro, então a capacidade de decisão e autonomia, inclusive da justiça, quase desaparece. Caso flagrante foi o da pequena menina inglesa...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Samira e Viviane

SEXTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2016

Quem falhou? De quem foi a culpa?

Todos falhamos!
Quem não teve a culpa, sem sombra de dúvida, foram as pequenas Samira e Viviane, perdidas para o mundo por conta duma guerra de adultos e da sua incompetência como pais.

De uma sociedade que dá primazia aos escândalos financeiros, a comentários de bancada, a trivialidades que nada acrescentam ao nosso crescimento enquanto seres humanos e em que se secundariza o que supostamente é o nosso futuro através das crianças que deveríamos proteger, amar e preparar para nos substituírem, não é de esperar outra coisa.

Todos sem excepção têm culpas: desde logo a mãe e o pai que não cuidaram; os serviços sociais tão rápidos e zelosos em algumas situações e tão ao relanti em outras; a autoridade, que deveria estar apetrechada com as tais competências, tão alardeadas, mas que a prática demonstra que na maioria dos locais, se resume a um qualquer funcionário de serviço, num qualquer local de expediente e sem quaisquer qualificações para determinar o estado mental da pessoa a ser ouvida; e por fim, o hospital onde a mãe terá levado as crianças nos dias anteriores, numa espécie de grito de alerta…

Ao invés de sortear carros aos cidadãos, ou certificados de aforro, ou a criação desnecessária de cargos que nada acrescentam à nossa evolução enquanto país, coloquem os profissionais ligados à saúde mental, próximos das populações, para que se possa corrigir a montante aquilo que se tornará inevitavelmente num drama social a jusante, com os incontestáveis custos económicos e sociais.
Nas escolas, nos hospitais, PSP, GNR, de forma mais visível e onde facilmente e sem burocracias possa ser pedida ajuda e orientação.
Existem excelentes profissionais neste país, muitos dos quais e executar tarefas que nada tem a ver com a sua formação. Criem-se equipas multidisciplinares (três seriam suficientes, norte, centro e sul), com autonomia de deslocação e autoridade nos casos que envolvem crianças e em coordenação com as instituições locais de protecção.
Afinal, por este país fora andam tantos “profissionais” a ganhar ao quilómetro por tarefas tão desnecessárias quanto improdutivas!


Já se percebeu que, caso a caso, para haver uma solução é necessário esperar pela autoridade, pela justiça e pelos serviços sociais, o que é imenso tempo para quem está, por vezes, muitas vezes, desorientado e em grande desespero.

2 comentários:

  1. O diagnóstico está correcto. Mas quem é que não o conhece já? desgraçadamente, infelizmente, a tragédia com crianças irá repetir-se.O nosso laxismo, a nossa indiferença, faz parte do nosso adn. Portanto, a Fátima tem razão: todos falhamos!
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  2. Mas o nosso adn não é todo igual. É preciso agir urgentemente para pelo menos minimizar o máximo possivel casos destes. É dever de todos e somos todos que elegemos o governo, que deve defender-nos, portanto é preciso que o governo tome medidas drásticas e urgentes para evitar casos como este. Como mãe falo e não consigo entender casos destes, é dificil aceitar que um pai faça mal a um filho, mas uma mãe???? Quem o carregou no ventre, quem o deu á luz, quem o alimentou, quem ficou noites sem dormir a seu lado quando estava doente ou simplesmente com uma birra, como pode uma mãe cometer tal crime? Só pode estar muito doente mentalmente, é a única situação que consigo encaixar, por isso é preciso ajuda para estas pessoas para o bem das nossas crianças que como bem se disse foram as únicas inocentes a pagar tão cara factura.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A divina sabedoria dos mestres a)

SEXTA-FEIRA, 12 DE FEVEREIRO DE 2016


100 Anos depois a ciência vem confirmar, parcialmente, a teoria da relatividade de Albert Einstein, ou seja muitos anos depois e com ajuda de toda a parafernália de soluções científicas postas ao serviço dos estudiosos destas coisas da ciência.


Há personalidades que marcam o seu tempo. Seres que passam pelo mundo e deixam a sua marca na história pela força do seu carácter e pela coragem de assumir o que ainda é estranho para os seus pares e sociedade em geral.

Questiono-me muitas vezes de onde vem esta certeza e a força de ir contra a corrente, pois em geral estão sozinhos nas suas teorias vanguardistas; de onde vem a sabedoria de alguns vultos da história que obrigam à mudança na forma de pensar estabelecida?

Será apenas o estudo racional baseado na ciência?

Não! Diria que o ser humano não é só corpo, nem só espírito, é antes a soma dos dois e cada vez mais a ciência comprova que todos os sentidos entram no nosso desempenho enquanto pessoas.

Acredito que o ser humano tem em si um acúmulo de conhecimentos que carrega no seu ADN, fruto de gerações e gerações que passaram antes de nós e que por um processo que nos transcende é colocado à nossa disposição, dependendo apenas de nós a sua utilização inteligente.

Acredito ainda que grande parte das descobertas e do avanço da ciência tem a sua componente na inspiração divina: Deus quer, o homem sonha, a obra nasce, Fernando Pessoa já o dizia.

Antes da ciência, antes do homem, antes de tudo, Deus já lá estava! Esteve sempre lá!

Albert Einstein poderá ter sido, entre outras valências, um físico e matemático, mas foi essencialmente um homem com grande intuição e que priorizou a sua percepção sobre as coisas.

a)    Título de um livro de Brien Weiss


9 comentários:

  1. Mas então porque permite Ele, amiga Fátima, que andemos desde sempre, a matar-nos uns aos outros, a dizimar tantas outras espécies e até a destruir a própria Natureza?
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  2. Amigo Francisco, acreditando que o ser humano foi feito à imagem e semelhança de Deus, traz em si o conceito de bem e de mal. Logo as escolhas que faz são da sua inteira responsabilidade, o que em alguns meios é designado por livre arbítrio.
    Quando opta pelo bem, está a escolher a evolução efectiva e harmonia pessoal; se pelo contrário escolhe o caminho errado, cedo ou tarde será chamado a assumir as consequências dos seus actos.
    Deus, ao contrário de outros “deuses” não é um pai ditador que obriga os seus filhos a fazerem o que não querem.
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  3. Já sabia essa do livre arbítrio. Mas se nos deu e somos tão mauzinhos, (tantos de nós) somos a Sua imagem e semelhança?
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  4. Seria arrogância da nossa parte pretendermos estar ao nível de Deus. Se entendermos o mundo como uma escola, então andamos por cá a tentar passar de ano com sucesso e com o objectivo de aproximação ao modelo da suprema perfeição que é Deus. Não digo que é fácil, mas quem sabe se um dia num futuro muitoooo longinquooo o conseguiremos.
    Fique bem.
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  5. É que o mundo é uma sala de aulas, não só um recinto de diversões...
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  6. Evidentemente que é tudo uma questão de fé. Agora uma coisa é certa, Deus, a Natureza ou seja lá quem for, deu-nos uma coisa preciosa: a consciência. E é com essa que eu me esforço por estar de bem. Tratando o amigo Górgias, a Fátima e todos os nossos semelhantes e as outras espécies ditas irracionais o melhor que conseguir. sou agnóstico e respeito muito os crentes e os ateus. Principalmente se forem boas pessoas. Ah, e já agora, se houver Deus, também peço a sua protecção.
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  7. Demos algumas voltas com as palavras para chegarmos a acordo: consciência é o mesmo que livre arbitrio. Não importa a fé ou a falta dela. Se o nosso comportamento é exemplar já estamos a cumprir a nossa missão no planeta que é sermos felizes e fazer um mundo melhor. Fique bem
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  8. Ontem participei numa missa de sufrágio por um primo recentemente falecido e coube-me fazer a primeira leitura, do Livro de Isaías, em que o profeta traduz o pensamento de Deus, alertando aqueles que, dentro da igreja, fazem tudo direitinho, seguindo à letra o ritual, mas depois, quando é preciso demonstrar o que se é, dá vontade de chorar... Não são jejuns como os que fazeis que me farão ouvir a vossa voz: curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinza, é a isto que chamais jejum? O jejum que me agrada não será antes quebrar as cadeias injustas, desatar os laços da servidão,pôr em liberdade os oprimidos, destruír todos os jugos? Não será repartir o teu pão com o faminto, dar pousada aos pobres sem abrigo, levar roupa aos que não têm que vestir e não voltar as costas ao teu semelhante?"
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  9. A igreja instituição tem dado fracos exemplos de caridade e fraternidade; talvez que o actual Papa consiga mudar aos poucos a imagem negativa de séculos. Mas ninguém deveria precisar de igrejas para se fazer bom e fazer bem ao seu semelhante. Esse deveria ser o ideal de todo o ser humano, independente da sua fé.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Pedras do meu caminho…

QUINTA-FEIRA, 4 DE FEVEREIRO DE 2016


Cruzo contigo, enquanto empurras o carrinho do teu bebé, com outra criança pela mão e ainda outra que se agarra às tuas calças velhas e largas do fato de treino; talvez a roupa com que fugiste do calvário onde vivias; talvez que seja a roupa mais confortável por ser velha e ser larga. Talvez que o novo te assuste e o justo te sufoque o corpo, porque a alma ainda está muito sufocada; talvez….


Cruzei contigo e vi no teu olhar desconfiado a revolta contra a situação que te trouxe até ao lugar onde passamos lado a lado.

Quase adivinho o que levas no pensamento! Sei de onde vens e para onde levas os teus pequeninos!

Por uma regra assumida muitos anos atrás, não me permito dizer aqui, de onde  vens e para onde vais.
Mas eu sei e ainda sinto como é duro o caminho, embora curto, que percorres agora. 
Como é pesada essa carga que levas nos ombros.

E sei também, como gostarias de abandonar tudo, até às vezes a própria vida, tal o sofrimento que te trouxe até onde moras agora.

Mas depois… olhas os teus filhos e nasce uma força que tu não sabes explicar e que te ajuda a dobrar a próxima esquina, onde vais deixar os teus meninos para que respirem um ar de normalidade.

Sei tudo isso, sim! Se me perguntares como (e sei que nunca me irás perguntar), dir-te-ei que sei porque também fui uma vítima de violência doméstica acolhida na mesma casa de onde vens.

Também não te direi, porque apenas me cruzei contigo e não sei quem és, teu nome e tua história, mas se te pudesse dizer, apenas te diria que tudo vai correr bem!

Dir-te-ia, que amanhã o sol volta a nascer e tu só precisas ter a força para acordar. 
Que esta é apenas uma adversidade que tu vais ultrapassar com fé no amor dos teus filhos e com a ajuda que procuraste.

Que ainda vais a tempo de recuperar os teus sonhos!  

Que a vida vale a pena, o mundo vale a pena e ninguém tem o direito de nos roubar a alegria!


“Das pedras que me atiraram fiz meu castelo”