terça-feira, 23 de junho de 2015

Ser e falar português

TERÇA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2015


Ser português é ter a coragem de enfrentar mundos desconhecidos, hoje como antes, em busca do alimento e 
de uma vida melhor.
Ser português é ser amável, moldável, quantas vezes vulnerável pelas saudades dos que ficaram para trás.
Ser português é tanta coisa, porém às vezes parece tão pouca.
Digo isto a propósito de uma recente permanência numa ilha espanhola, onde abundam portugueses 
que muito contribuem para a economia espanhola, mas que nem por isso estes se esforçam por falar a nossa 
língua.
Orgulhosamente fala-se espanhol, depois inglês, alemão. Português? – “no te entendo”, ouve-se com 
frequência. 
Informação em português: zero; Animação em português: zero; Língua portuguesa nos aviões: zero (talvez e com sorte o português do Brasil)
Choca ver a pouca estima que têm por nós. 
A subserviência crónica, a falta de porte de quem nos governa, a cobardia do deixa andar é provavelmente a razão deste desprezo

Mas enfim, talvez que a nossa língua, (falada por mais de 200 milhões de pessoas), tal como a TAP, tal como 
a PT, tal como o governo (esse não! enganei-me) estão a ser vendidas a retalho. 
Daí a pouca importância que lhe é dada por esse mundo fora.

4 comentários:

  1. Tem razão! Mas a pouca importância que têm por nós, é ainda muito menos chocante que a pouca importância que temos por nós. Há dois anos fui à Croácia e à Eslovénia. A tripulação do avião não falava uma única palavra da língua de Camões. Fui o único que protestei ( os passageiros eram todos portugueses). Veja os festivais de verão: 90 por cento dos músicos e cantores são estrangeiros. Veja o sucesso que tem a comida de plástico nomeadamente da multinacional norte-americana. Isto num país que tem das melhores gastronomias do mundo.Só somos patriotas numa coisa: no futebol. Por isso temos o país que temos. O país que merecemos.
    1. Os mais velhos já não têm força para nova revolução; os jovens, como diz um ilustre papagaio, "não estão nem aí".
      Continuaremos a esperar pelo D. Sebastião...
  2. Este comentário foi removido pelo autor.
  3. A Educação em Portugal só tem - nos últimos tempos - fabricado analfabetos, que já nem sequer sabem falar PORTUGUÊS. Depois, só o que é de FORA é que é bom e bom de ver. Também se faz o culto das viagens na estranja e não preservamos e damos valor ao que é nosso. Resumindo: o analfabetismo a todos os títulos está generalizado.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Fado, fé e futebol

PUBLICADO NO BLOG "A VOZ DA GIRAFA" SEXTA-FEIRA, 5 DE JUNHO DE 2015


“O futebol é o ópio do povo”, dizia-se nos tempos de Salazar. Mudou alguma coisa? 
Abrindo os jornais por estes dias, as primeiras páginas são dedicadas ao mercenarismo
que vigora nesta área: quem dá mais… mais amigo é…
Jesus, que até tem nome santificado, fez as suas escolhas, atendendo aos seus interesses
pessoais. Nada que seja estranho nesta elite a quem os problemas sociais passam ao lado.
Num tempo dito de crise (só para alguns), inebriados pelas vitórias secundárias da vida,
futebol, e afins, percebemos que existem problemas reais num país real, mas que passam
ao lado dos homens e mulheres que deveriam ter a sua intervenção nas decisões que
influenciam o seu futuro e dos seus.

É um contra-senso ver os portugueses tão activos no supérfluo: moda, férias, facebook…
e tão passivos perante o cinismo de quem nos governa e que todos os dias atropela os
direitos adquiridos pós 25 de Abril, praticamente desaparecidos 40 anos depois.

3 comentários:

  1. Sabe como é que Guerra Junqueiro nos caracterizava? "Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio". Mudámos alguma coisa?
    Responder
  2. Este comentário foi removido pelo autor.
    Responder
    Respostas
    1. Cara Fátima Rodrigues, apenas dizer-lhe que faço minhas as suas palavras, apenas acrescentar ao " praticamente desaparecidos 40 anos depois." graças ás politicas levadas a cabo pelos Governos ora do PS, ora do PSD com, ó sem, a muleta do CDS.
    Publicado no Blog "A Voz da Girafa" em