quarta-feira, 27 de maio de 2015

País evoluído…quem? nós?

QUARTA-FEIRA, 27 DE MAIO DE 2015


Num país evoluído, a sociedade (leia-se família e Estado) forma os seus jovens com vista a ocuparem os lugares para os quais foram preparados.
Um país evoluído não gasta recursos para colocar jovens com formação superior atrás dum balcão regateando um salário mínimo.
Um país evoluído, sob o apanágio da democracia não precisa espaldar os políticos de forma tão ostensiva, desviando os recursos necessários à sociedade civil e à ordem pública.
Num país evoluído, do Séc. XXI deveria ser inteligível que quando se trata o corpo dum viciado, deveria também tratar-se-lhe a alma, porque esta sim, está muito doente.
Portanto, assassinos não são apenas os que espetam facas no coração dos filhos, mas também aqueles que desviando verbas do essencial para o supérfluo, põem em causa o trabalho social de tantos que tentam fazer o impossível com as migalhas que sobram da mesa dos senhores.
Por onde andam os psicólogos que todos os anos saem para o mercado do trabalho?

Provavelmente atrás dum balcão a regatear um salário mínimo...

2 comentários:

  1. Mas quem é que disse que somos um país evoluído? Com um povo tão atrasado... O principal culpado pelo país que tem. E adoramos fazer a transferência da culpa!

terça-feira, 26 de maio de 2015

Reconhecimento por serviços prestados

TERÇA-FEIRA, 26 DE MAIO DE 2015

Imaginemos que precisamos recorrer à urgência de um hospital. Em geral são situações aflitivas. Geralmente o que fazemos? - ao invés de esperarmos a nossa vez de sermos atendidos, acreditando que os serviços percebem a nossa urgência, recorremos aos nossos conhecimentos naquela área de forma a sermos mais prontamente atendidos.

A isto chama-se o quê?

Imaginemos que recebemos em casa um daqueles bilhetinhos das finanças  que nos põe os cabelos em pé. No meio da aflição pensamos de imediato  naquele tipo que conhecemos na repartição de finanças e lá vamos nós  “chapéuzinho” na mão, pedir ajuda para resolver tão "grave" problema.  Aí, o funcionário, no cumprimento das suas obrigações profissionais  esclarece a assunto e orienta a forma de o resolver. Aliviados e  gratos pela solução encontrada, pensamos em agradecer e muitas vezes é  na forma de uma lembrança que se leva a casa.
A isto chama-se o quê?

Quando na escola, os filhos não têm os resultados desejados, nós os  pais vamos ter com os professores dar aquela "palavrinha" necessária ao  bom andamento da “coisa” e pouco antes do final do ano levamos uma  lembrança, um ramo de flores, etc.
A isto chama-se o quê?

Agora imaginemos que temos uma empresa em início de actividade.  Precisamos de ganhar o pão. O 1º passo será encontrar entre as nossas  relações aqueles que nos poderão “orientar” para que a nossa empresa  progrida rapidamente, pagando nós generosamente o "empurrão".
A isto chama-se o quê?

A isto chamo reconhecimento por serviços prestados. Por que inventaram  que é tráfico de influências? - O povo está louco!!!
Se nós passamos a vida inteira a recorrer a estes hábitos  naturalmente e sem culpas, por que criticar então aqueles que com  grande poder, fazem também grandes favores e se fazem pagar e bem,  por esses serviços prestados.

Porquê tanto alarido com uma simples vaga de gripe, se na nossa sociedade grassa há  séculos uma pandemia chamada tráfico de influências e para a qual  ninguém está interessado em encontrar vacina.
Afinal é só "botar" o preço que cada homem tem o seu!

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Até quando?

SEGUNDA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2015


Até quando se vão matar mulheres como animais?

Até quando esta mentalidade de homem das cavernas do homem português?
Refere-se os países do oriente sobre o comportamento repressivo contra as mulheres. Qual 
a diferença?
A justiça que deveria funcionar como dissuasora destes comportamentos com penas 
severas e de preferência mais originais, trata os crimes de morte com a naturalidade de 
qualquer outro crime.
Quando se entrega um papel à vítima para impedir que o agressor se aproxime dela espera-se 
o quê: que ela lhe atire o papel se for atacada?
Gasta-se tanto dinheiro dos nossos impostos para guardar as costas dos políticos contra 
o arremesso de tomates (que eventualmente não têm) e para proteger uma mulher da 
morte dá-se-lhe um papel e uma palmadinha nas costas, como quem diz: desenrasca-se!
Mais ainda: quando a vitima tem a sorte de ir pelo seu pé diante do juiz, quantas vezes fica 
implícito nas entrelinhas da sentença uma chamada de atenção, em que esta deveria ter 
evitado a agressividade da besta, como se defender-nos  dum assassino não fosse um direito!
Infelizmente ainda vivemos num tempo retrógrado em que matar é lavar a honra e o 
homem ainda é o chefe de família, mesmo que este apenas e só vista calças!
A APAV faz muito pelas vítimas de agressão doméstica mas para as proteger tem de 
escondê-las quase atrás de grades, enquanto o agressor fica livre para perseguir e caçar a 
vítima na primeira oportunidade.


Histeria colectiva!

SEGUNDA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2015


Não sou economista, não sou gestora, menos ainda política; sou apenas uma profissional que 
tenta multiplicar os seus rendimentos do trabalho, o que cada vez se torna mais difícil...

Como ser pensante dei por mim há pouco tempo em Lisboa, em plena Estação do Oriente, 
observando a fila de formiguinhas (leia-se pessoas) que corriam para tentar apanhar os diversos 
comboios de regresso a casa numa sexta-feira, igual ao que julgo serem todas as sextas-feiras na 
capital deste pequeno pais. 
Concluí que as segundas-feiras também serão iguais e as terças e 
quartas e … por aí fora.
Mas o que me surpreendeu não foi este bulício; em qualquer cidade deste país acontece um 
pouco disto. O que me surpreendeu e deixou chocada, foi verificar que se concentram na capital 
todos os dias, gentes oriundas do resto do país e que vão a Lisboa para reuniões pontuais, ou 
por toda uma semana, regressando a casa no fim-de-semana.
Ou seja: sempre se disse que os políticos e os artistas para fazerem carreira teriam que mudar-se 
para Lisboa!
Nesta altura qualquer “artista” de uma qualquer profissão, por força da actual conjuntura deve 
estar preparado para marchar para Lisboa tão rapidamente quanto lhe ordene a entidade patronal.
Significa isto que, para além das empresas de viagem: aviões, autocarros, comboios, também os restaurantes, hotéis, toda a restauração em geral, ficam a ganhar relativamente ao comércio e serviços no resto do país.
Neste momento qualquer carruagem de comboio, qualquer autocarro, qualquer avião é uma 
espécie de filial de empresas sediadas em Lisboa.
Mas afinal ninguém faz contas? - é mais barato pagar todas estas deslocações ou manter 
fisicamente as empresas nos seus locais, usando as tecnologias tão vulgarizadas para estas 
reuniões “urgentes” e presenciais?
Para além de todo o stress gerado, cansaço físico que é contraproducente para os resultados a 
atingir.
Em qualquer workshop sobre estes assuntos fica bem na fotografia apelar ao bom senso, 
defendendo a qualidade de vida das pessoas que trabalham.
Depois, é injusto para o resto do país porque uma boa parte dos salários de todos estes profissionais fica em Lisboa.
Culpo as empresas que, dizendo uma coisa e fazendo outra, centralizem desnecessariamente 
e com custos a todos os níveis elevados, mas culpo ainda o poder politico pela inércia em corrigir 
estes centralismos, eventualmente convenientes…
Assim até me parece inteligente que se encerrem escolas, centros de saúde e tribunais no 
resto do país; afinal tudo o que é importante passa-se em Lisboa. O zé de Lamego se quiser 
visitar a prima em Lisboa, dificilmente arranjará um hotel na capital; até um lugarzinho no 
comboio se não for com alguma antecedência e pela internet, mas como o Zé percebe pouco disso, 
começa a tornar-se difícil.
Vivemos de virtualismos. O pé no chão; o contacto com a realidade; a coragem de corrigir os erros; 
a vontade de dignificar todo o país com as suas mais valias, sejam profissionais, empresas, lazer, 
não existe!
Quando eu era muito pequena dizia-se” Portugal é Lisboa, o resto é paisagem”.
Afinal o que mudou?

Genocídio

SEGUNDA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2015

“Genocídio é o extermínio ou a desintegração de uma comunidade pelo emprego deliberado da força, por motivos raciais, religiosos ou políticos, entre outros. Para a ONU, esse tipo de agressão configura-se como delito contra a humanidade

No Brasil a Lei no.2.889, de 1 de Outubro de 1956, define o crime de genocídio e dá suas penas
É considerado crime de genocídio: 
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacionalétnicoracial ou 
religioso, como tal: b) Causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
c) Submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;
d) Adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e) Efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;”


Esta é uma das definições que encontramos na wikipédia sobre genocídio.

Os nossos idosos, isolados nos centros rurais, abdicam da sua saúde porque não têm dinheiro 
nem pernas para fazer quilómetros em busca duma simples consulta de rotina. Isso define o quê?
Os nossos jovens abdicam da família, de um projecto de vida no seu país em busca do seu direito 
de viver com dignidade. Isto define o quê?
Jovens que o estado ajudou a formar e que levam o seu conhecimento na bagagem para o 
colocar ao serviço de quem os souber respeitar.
Será que a história algum dia contará com verdade as baixas da guerra económica que vivemos? 
Aparentemente está a acontecer a 3ª guerra e ninguém terá percebido!
Uma guerra sem armas mas com muitas vítimas: dos velhos aos mais jovens ninguém escapa a 
estas medidas ditadas pelo grande capital ávido de lucros e indiferente à destruição que deixa pelo 
caminho.
O ministério, dito da saúde, tem contas a prestar pela falta de respeito dado às populações 
na negação de cuidados básicos e continuados. O que antes era incontestável no acompanhamento 
de doenças graves tais como o cancro, agora é facultativo, especialmente numa perspectiva de diminuição de custos. 
E assim condenam-se à morte pessoas que amparados nos seus direitos que deveriam ser 
inalienáveis, ainda poderiam viver muitos anos e com qualidade de vida.
Tudo isto contrasta com o cinismo político de tantos rastreios gratuitos.
Os jovens em idade de criar família adiam a decisão e quando a tomam ficam-se pelo filho 
único, porque o emprego é precário, porque a família também está precária e o estado ao 
invés de os proteger, pelo menos proporcionalmente aos impostos que pagam, maltrata-os como 
se fossem a causa de todos os erros políticos cometidos durante anos.

Parece que o estado social apenas serve para subsidiar os "papagaios" e "parasitas" que 
pululam pelo país em ministérios, autarquias, comarcas…

Por este andar este Portugal de políticos medíocres um belo dia transforma-se num imenso lar 
de 3ª idade. Porque os jovens com saber e ambição abandonam o barco, já que ninguém no seu 
perfeito juízo está para aturar gente pequena a pensar pequeno. 

Os meus heróis


No imaginário de cada um vivem heróis, anti-heróis e afins…

São muitos os heróis da maioria das pessoas, figuras políticas, religiosas, actores, atletas, etc., todos enfim que 
deixam a sua marca na história pelo lado positivo. 
Os anti-heróis, logicamente, são todos os outros que pela ordem inversa deixam a sua marca negativa na memória 
das pessoas.
No meu imaginário também habitam os heróis, os anti-heróis e… os outros…
Só que no meu imaginário, os meus heróis, em geral são pessoas anónimas que tem uma grandeza de vida enorme.

Ainda há pouco num espaço comercial acho que me cruzei com um desses heróis.
Um homem acompanhava um jovem invisual (apenas o identifiquei pela bengala habitual); Pararam junto dum 
balcão de refeições dos muitos espalhados pelo país e que tanto os jovens apreciam. 
O pai, segundo me pareceu, lia em voz alta a oferta gastronómica, enquanto o jovem ouvia e aparentemente escolhia.
A naturalidade que se atinge nestas situações. 
A cumplicidade aparente entre pai e filho são para mim um acto de grande heroísmo. Porque há uma batalha a travar 
todos os dias pela igualdade, pela garantia de futuro dos menos favorecidos fisicamente, sabendo que a nossa 
sociedade discrimina, estigmatiza, tanto os diferentes como a família mais próxima.
Herói para mim não é a alta individualidade política, os altos dignitários da igreja ou os personagens que povoam 
de uma forma ou de outra as colunas sociais; Todos esses recebem sempre mais do que alguma vez darão.
Os meus heróis são as pessoas anónimas, que fazem questão de o ser e que estão na linha da frente da necessidade. 
Atentos à fome, à dor, na luta contra a desigualdade social.
Os meus heróis são os chefes de família, mulheres ou homens que lutam todos os dias para andar de cabeça 
levantada e cara lavada. 
Para dar aos seus as oportunidade que mais ninguém dará. 
Homens ou mulheres que levam cruzes tão pesadas, que nenhuma paga humana algum dia liquidará. 
Gente que carrega as doenças, suas e dos seus, arrastando-se pelos hospitais, escorraçados tantas vezes, 
maltratados outras tantas e mesmo assim ainda lhes sobra coragem para investir de novo á procura de soluções, 
atrás de um fio de esperança.
São todos aqueles que vigiam se o vizinho tem fome, se está doente.
São todos quantos tem coragem de dar a mão ao ser humano que morre só numa cama de hospital.

Esses sim, para mim têm nome de heróis. 
São os que nunca serão homenageados, agraciados, reconhecidos. 
Que nunca terão pagas, nem reformas milionárias. 
Que muitas vezes recebem até a ingratidão de muitos dos que ajudam. 
Enfim, esses são os meus heróis que vivem num mundo ao contrário e que só podem receber algum reconhecimento 
num mundo espiritual se nisso acreditarem.

Publicado no Blog "A Voz da Girafa" emSEGUNDA-FEIRA, 25 DE MAIO DE 2015