sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Da montanha saiu um gato

SEXTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2016


De Carlos Alexandre dizem que é o homem mais poderoso deste país!

Eu não sou do tempo dos regedores, mas sempre que oiço ou leio este nome, no meu cérebro dispara um flash e é a imagem de Carlos Alexandre que eu vejo, transformado em Regedor, tipo banda desenhada!

Pois e então Carlos Alexandre, depois de tanto assédio da imprensa lá acedeu a dar a tão almejada entrevista.

E eu sinceramente esperava mais, muito mais!

Para além da simplicidade que tentou mostrar a quem o ouviu, esperava observar superioridade, serenidade, objectividade e claro, contenção no discurso, pelo menos para fazer jus à lenda que se criou à volta dele.

Superioridade não me pareceu - falou demasiado nos problemas económicos que também tem. Não era preciso!

Da serenidade, pareceu-me alguma encenação.

Sobre a objectividade, eu pergunto, onde estão os resultados concretos de crimes tão graves? Que eu saiba, os investigados fazem a sua vida normal, enquanto outros com o mesmo crime, mas com verbas menores estão presos. Terá a ver com alguma tabela ( abaixo de…)??

Por outro lado os processos arrastam-se e vão continuar a arrastar-se até  se diluírem no tempo e a populaça os esqueça. Assim ficamos todos amigos!

Por fim, falhou na contenção das palavras e tal como na história do gato e do rato: há gatinhos que estão à espera deste tipo de deslize para poder almoçar.

Não foi difícil perceber que o comentário infeliz “sobre as contas em nomes de amigos” iria dar argumento a quem enfiou a carapuça…

5 comentários:

  1. As pessoas são o que são e não aquilo que nós queríamos que fossem. Carlos Alexandre é um homem simples e honesto a quem cabe uma responsabilidade muito grande. Apoucá-lo não me parece correcto, porque a um homem que passa por uma ameaça de lhe entrarem em casa, sem nada quebrar, colocando uma pistola sobre a fotografia do filho menor, e não tem medo de continuar a sua tarefa, pois pedia pedir escusa do processo, é um cidadão honrado e valente, que nos deve merecer o maior respeito. Trabalhando como trabalha, não tempo para evocar grandes pensadores e filósofos na construção das respostas que lhe propõem, mas isso não invalida a sua capacidade de raciocínio nem desmerece o nosso respeito. Fartos de palradores estamos todos nós.
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  2. Entendo o ponto de vista, mas é desanimador o que se passa neste país: os de colarinho branco a gozar com a justiça porque sabem ser intocáveis. Um Carlos Alexandre é uma pedra no sapato dessa gente que de tudo é capaz para lhe tirar o tapete. Podem ter resvalado na sua integridade, mas bastou uma frase infeliz para o pôr em causa.Se já noutras circunstâncias é quase impossivel condenar certos malandros, agora vai ser muito mais dificil levar a nau a bom porto.
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  4. Carlos Alexandre pôs-se a jeito; baixou ao nível de quem o ataca. Assim, a Justiça é a única prejudicada. Vamos a ver como vai acabar esta telenovela.
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  5. O juiz Carlos Alexandre não foi muito feliz na referência às contas em nome de amigos, mas disse muitas coisas simples e acertadas. O pessoal perfeitíssimo, que nunca erra, agarra-se a uma frase e descobre a pólvora; o homem é humano e também tem falhas e por isso vamos destruí-lo. É a vidinha da Portulândia, no seu máximo esplendor.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

150€ ou noves fora nada?

QUARTA-FEIRA, 14 DE SETEMBRO DE 2016


Reconheço que a minha cultura política é fraca. Também porque não tenho paciência para tanta falta de cultura… politica!

Reconheço que deveria interessar-me mais pela leitura dos jornais, pelos noticiários, mas depois chego à conclusão que ando a ser enganada: porque às segundas, quartas e sextas uma notícia é excelente, às terças e quintas a mesma notícia é péssima.

Claro que tudo isto baralha a minha, já pouca cultura política e tira-me toda a paciência para aturar trampolineiros.

O porquê desta introdução é o facto de, na minha inocência, entender que em qualquer cargo político estava obrigatoriamente implícito um código de conduta e sempre proporcional ao tamanho do cargo.

Enganada, mais uma vez, pois parece que só agora o governo o vai criar, pelos vistos e para evitar erros de …conduta.

Não seria antes, de criar uma escola para futuros políticos, onde fossem ensinadas aquelas qualidades que fazem falta a qualquer cidadão, mais ainda àqueles que querem representar o país; defendê-lo com lealdade, dignidade e ensinar novos mundos ao mundo?

Estou a brincar, claro, mas por certo evitar-se-iam os constrangimentos que a cada passo nos mostram de que matéria são feitos certos homens e mulheres e a sua incompetência para ocupar altos cargos.

E tenho o pressentimento de que o próximo episódio desta novela vai ser como multiplicar 150€ para atingir o valor merecido/desejado, sem ofender o código de conduta…


Melhor fora estarem quietos!

2 comentários:

  1. Na verdade a decisão tomada pelo Governo, para emendar o erro das ofertas da Galp aos secretários de Estado, criando um código de conduta para ofertas, balizado nos 150€ é uma medida ridícula, para não dizer acéfala. Os políticos investidos nos cargos dirigentes têm o dever de se portarem no campo do civismo e da honestidade e não devem precisar de baias. Como tudo se mede pelo quantitativo de cada acção, no mesmo dia, em espaços diferentes, um governante, manhoso e sem escrúpulos, de visita a um evento, tipo feira, pode receber 10 ou 20 ofertas de 150€, sem transgredir e se receber uma de 160€ sujeita-se a um processo por transgressão. Tudo isto seria vergonhoso se a vergonha ainda temperasse a conduta de muita gente. É a vidinha na Portulândia no seu máximo esplendor!
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  2. Só que ainda estou para saber qual a periodicidade de tal oferta que está balizada pelo código das más condutas políticas e afins: se será anual, mensal, ou diária.