terça-feira, 8 de outubro de 2019

Cidade de contrastes

 


O lugar é a mistura entre o silêncio e o ruído: o silêncio de quem espera, de quem sofre; o ruído de quem trata, de quem cura…

O lugar tem o cheiro da doença, da morte. Percebe-se em alguns o olhar ausente, os corpos deformados, o fim da linha...

Eu olho esses rostos assustados que procuram nos meus olhos a esperança que lhes falta, a palavra que conforta, a decisão que tarda.

Palavras desconexas, confunde-se o tempo e o lugar… piedosa inconsciência…

Pessoas que foram, fizeram e sonharam. Que apesar de tudo e tanto, estão sozinhas no espaço da doença, na dor e no desespero.

Saio é noite e na rua percorro a cidade rumo a casa. Aqui a vida fervilha, caminha, vive as emoções e a esperança...

Jovens e menos jovens se reúnem, autónomos, capazes.

A vitalidade nos corpos e nas vozes, a saúde.

Aqui o mundo ainda é um lugar de ilusões.

Quem sabe amanhã…