sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Aumento das reformas

SEXTA-FEIRA, 21 DE OUTUBRO DE 2016


Nas notícias da manhã na SIC, Manuela Ferreira Leite, antiga ministra das finanças, (mais uma que um dia destes será agraciada pelo grande trabalho feito), dizia do alto da sua magnífica inteligência, que o aumento de 10 euros nas reformas é incomportável e que em 2018 não haverá como pagar esse aumento.

Pasmei!

E o entrevistador, com o ar cordato a que já nos vamos habituando, apenas acenava com a cabeça. 
Se tivéssemos um jornalismo como mandam os manuais, não seria de perguntar à referida senhora de quanto era a sua reforma?

5 comentários:

  1. Isto já não é um país. É uma coutada, onde os que têm as armas (os que auferem chorudos rendimentos e os políticos seus sequazes) perseguem a caça (os pobres e sem o mínimo de poder) sem dó nem piedade. O dia-a-dia, para quem é honesto e pensa, está transformado num inferno. Abraços à companheira nesta luta e a todos os que ainda não desistiram.
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  2. É uma afronta as reformas que alguns "parasitas" estão a usufruir, em especial a politicagem, que engloba presidentes de câmara e outros cargos similares. É uma afronta a outras reformas muito baixas da população que efectivamente trabalhou...como eu que durante 50 anos trabalhei e descontei. Mas parece-me que não merecemos mais. Esta situação de País está a necessitar de ser de novo revoltado...mas tem que ser diferente, não igual àquele 25 de Abril de 74, dos Cravos.
    Permita-me que lhe envie um abraço fraternal do,
    Mário Jesus
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  3. É uma afronta as reformas que alguns "parasitas" estão a usufruir, em especial a politicagem, que engloba presidentes de câmara e outros cargos similares. É uma afronta a outras reformas muito baixas da população que efectivamente trabalhou...como eu que durante 50 anos trabalhei e descontei. Mas parece-me que não merecemos mais. Esta situação de País está a necessitar de ser de novo revoltado...mas tem que ser diferente, não igual àquele 25 de Abril de 74, dos Cravos.
    Permita-me que lhe envie um abraço fraternal do,
    Mário Jesus
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  4. O mais caricato é que se aprovam ordenados chorudos, num país "miserável" como o nosso, sem pestanejar e sem qualquer satisfação pública; para corrigir uma situação que só tem a ver com a dignidade e justiça social, é este regatear que parece que estão na feira... da Vandoma. Cumprimentos

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Em “piloto” automático

QUARTA-FEIRA, 19 DE OUTUBRO DE 2016


Medo de desiludir e perder a filha leva “piloto” a matar

Assim diz o JN de hoje!

Nada desculpa o crime cometido e tentar dar “decência” a um homem que matou para esconder a sua verdadeira face é errado.
Mas infelizmente é mais frequente do que se possa pensar – o viver de aparências, construir uma imagem que não condiz com quem somos, é próprio do ser humano, quando frágil e com poucos valores morais.
O mundo sobrevaloriza quem aparenta ter sucesso e discrimina quem o não tem. Daí que a tentação de alimentar a imagem é grande e por vezes atinge proporções difíceis de controlar.
Este homem provavelmente teve uma vida boa, uma família boa, mas por falta de competências não atingiu o estatuto que entendia merecer e enveredou por uma vida dupla para satisfazer a sua materialidade.
Nem todos podem ser campeões. Temos é que ter consciência que se não podemos ter dois carros podemos ficar só por um; se não pudermos ter um, poderemos sempre usar uma bicicleta e na falta dela, também temos duas pernas e dois braços. Só é preciso um pouco de maturidade para aceitar as diferenças sociais e essa tomada de consciência só fará de nós pessoas mais fortes e de bem com a vida.
Tanta gente tem, infelizmente duas faces, não ao ponto de matar, claro, isso será no limite. Mas quando vivemos com o inimigo em nós próprios, somos por vezes gentis e ordeiros fora de portas e autênticas bestas dentro delas.
Quanta submissão, perante um patrão a quem odiamos e quanta crueldade sobre uma família, que nos ama, vizinhos, ou sobre aqueles que entendemos mais frágeis, porque falta personalidade, valores, acima de tudo amor-próprio.
Por isso é que a educação é tão importante e só através dela se pode moldar a personalidade em desenvolvimento e controlar os maus instintos, que deixados à solta acabam mais tarde ou mais cedo por levar à marginalidade.
Basta andar na rua, ver um pouco de TV para percebermos como estamos em educação, em saber estar: vale tudo para chegar mais alto; vale tudo para mostrar aos outros, o nosso “sucesso”.

Os pais delegaram na escola a educação dos filhos e o velho ditado “casa de pais escola de filhos”, também já não é verdadeiro, porque os valores da educação estão adulterados, porque se perdeu a autoridade, porque agora são os filhos que mandam nos pais e alguns de bem pequenos.

O puxão de orelhas na escola dá processo disciplinar. Ser mal-educado com um professor é normal.

Hoje educar é dar demais, tolerar demais, contrariar de menos: impor limites, dizer não, nem pensar, porque traumatiza, porque inibe o desenvolvimento… Balelas…
Houve tempos que o cinto do pai ficava bem à vista para quem o desafiasse.

Trabalha-se muito para o sucesso, para a estética, essencialmente para criar uma imagem ideal que convença os outros de que somos nós próprios.
O jovem cresce com a competitividade que lhe é incutida desde cedo (um sinal dos tempos), numa corda bamba  e quando falha, porque não se alicerçou por dentro, tudo irá ruir e o desnorte e a depressão (outro sinal dos tempos) vão aparecer para rematar um caminho sobre areias movediças.

2 comentários:

  1. Uma profunda e consciente análise da sociedade actual, no caso específico da escola e da família, mas, como este tipo de análise não tem eco nos órgãos de comunicação, fica enclausurado num espaço onde só pontificam meia dúzia de amigos e seguidores. Mais uma vez parabéns, e que continue iluminada para ajudar a abrir os caminhos necessários a uma nova sociedade.
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  2. E melhor que uma análise que se quer consciente nada melhor que um comentário gratificante. Obrigada

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

I have a dream

QUARTA-FEIRA, 12 DE OUTUBRO DE 2016


Sonhei que vivia num país em que os mais velhos, a quem devemos o nosso passado, depois de uma vida de trabalho e de sacrifícios, eram acarinhados e amparados com a dignidade que merecem.

Sonhei que vivia num país em que os mais novos, a quem devemos o futuro, eram preparados por mestres e não por qualquer um que saiba debitar informação.

Sonhei que vivia num país em que os mais competentes eram premiados e estimulados a fazer mais e melhor.

Sonhei que vivia num país em que os bons profissionais eram pagos pelo trabalho que faziam e pelo tempo que disponibilizavam às empresas e não havia uns quantos "espertalhões" que apenas se pavoneavam entre cargos e usufruíam altas remunerações.

Sonhei que vivia num país em que não havia políticos, antes empregados do Estado, preparados para zelar pelos interesses da nação e nunca e apenas pelos seus próprios interesses.

Sonhei que vivia num pais onde os valores, a dignidade, o orgulho eram mais importantes que tudo e os homens e mulheres se destacavam pelo carácter e integridade.

Depois, depois acordei e percebi que a realidade é bem diferente...


6 comentários:

  1. Eu tive o mesmo sonho e tenho...
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  2. Os sonhos são o melhor investimento; os juros são sempre compensadores...
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  3. Os sonhos abrem o caminho às realidades e, normalmente, são bons e opõem-se aos pesadelos, que estão mais vezes presentes que aquilo que seria desejável. Na Portulândia, na sua vidinha vigente, só os sonhos nos podem manter na esperança, porque as realidades não são muito apetecíveis. Conclusão: "É pelo sonho é que vamos!"
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  4. Claro que a realidade é diferente! Mas, Fátima, nem todos os políticos são como descreve. Se quiser, apresento-lhes alguns. Parece-me que o amigo Tapadinhas foi um deles. (foi autarca). E esses, nunca há uma palavra de reconhecimento. O que é outra injustiça.
    Responder
  5. Infelizmente a muitos que detêm o grande poder, faltam-lhes as qualidades para o porem ao serviço do país; ao contrário, os que têm as qualidades e sabem fazer bem e bem feito, falta-lhes o poder. São forças desiguais a tentar chegar a objectivos desiguais: uns perseguem o progresso pessoal, outros o progresso social.
    Mas não tenho dúvidas que são os primeiros que deixam o nome nos livros de história e mal ou bem são esses que o povo recorda.
    Se é injusto? Sem dúvida...
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quinta-feira, 6 de outubro de 2016

ANTÓNIO GUTERRES

QUINTA-FEIRA, 6 DE OUTUBRO DE 2016


É bom saber que o próximo homem forte da ONU é português. 

É reconfortante acreditar que apesar de termos um mundo quase destruído pela ganância do poder, pelo materialismo excessivo do ser humano, ainda há quem se proponha a consertar e a melhorar esse mundo, restituindo a esperança a milhares de seres humanos.

Ainda bem que há homens que se empenham em tomar nas mãos as tarefas que não dão prestígio, longe dos holofotes do poder alucinado e maquiavélico.

António Guterres, como qualquer homem não será perfeito. Como qualquer homem tem um caminho de erros e acertos. Mas ninguém pode negar que o caminho que escolheu faz dele uma pessoa diferente que se propõe fazer um mundo diferente e melhor.

São homens como ele que inspiram o seu semelhante e dão alento perante o desespero.

Esperemos que os portugueses sempre tão pequenos na sua forma de pensar entendam a extensão deste cargo e sintam orgulho por um dos nossos o ocupar.


2 comentários:

  1. Estou muito orgulhosa desta conquista para Guterres e, indiretamente, para Portugal!!Fico ainda mais satisfeita e orgulhosa que da nossa vitória no Euro 2016. Si, isto é muito importante! É bom saber que Portugal está bem visto e em grande consideração . Somos um país de confiança!
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  2. Seria uma grande injustiça, depois de todo o trabalho feito por ele, perder para os oportunistas do costume.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Mais olhos que barriga

TERÇA-FEIRA, 4 DE OUTUBRO DE 2016


Não escondo que este governo merece de mim mais simpatia que o anterior. No entanto não deixo de observar a falta de coragem, a permanência de joelhos relativamente a quem manda em nós externa e internamente.
Sempre que vai a Bruxelas há-de vir de lá qualquer má noticia para os menos favorecidos, porque os outros, aqueles mais remediaditosnunca são agraciados com a maioria das medidas.
Será que o clube rico que é a UE faz questão de proteger e enriquecer os seus iguais, ou por outro lado, por um qualquer tipo de dislexia governamental as orientações são entendidas ao contrário: tirar aos pobres e continuar a enriquecer aos ricos?
Porque fala-se do aumento das pensões mínimas, mas ninguém tem a coragem de falar na diminuição das pensões máximas, nem sequer os partidos de esquerda.
E por cá temos uma longa lista de reformados que todos os meses são autênticos milionários…
Alguns são aves de arribação que sobrevoaram a política ou a banca e por isso ficaram com direitos que a mais ninguém assiste.
Sei que a haver coragem, qualquer governo seria apodado de Marxista/Leninista; que estamos na Europa e etc e tal…
Mas precisa-se de um ajustar à realidade e não consigo entender a enormidade que são reformas de 9717€ de um Carlos Melancia desde 1998 (18 anos) e dum Rocha Vieira 13000€, num país cheio de buracos financeiros e com uma Segurança Social falida.

Não esquecer também que a Europa não tem só maus exemplos no que toca à distribuição de riqueza. Se somos bons a copiar os maus exemplos também podemos começar a copiar os bons.

2 comentários:

  1. As verdades devem ditas em tempo certo, tal como a justiça, só o é, se tiver igual comportamento. Correctíssima a intervenção da amiga Fátima Rodrigues. Parabéns!