sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

A insustentável leveza da justiça

 

De vez em quando a justiça dá um ar da sua graça e põe nas bocas do mundo nomes sonantes da nossa praça.

O povo fica feliz e convencido que ninguém está imune às malhas da lei.

Abençoada a fé deste povo que nunca se cansa de acreditar!

O povo fica eufórico e durante uns tempos são temas servidos no repasto, em conversas animadas, onde uns e outros têm opinião formada e sentença dada.

Afinal acredita-se, a justiça funciona!

Será?

Entre o sensacionalismo da comunicação social e o desfecho destes casos mediáticos muita tinta há-de correr, muitos processos irão prescrever e em muitos casos tudo se diluirá num tempo demasiado longo entre o crime e a punição, o que infelizmente é apanágio da justiça portuguesa.

Esquecem-se os “justiceiros de bancada” de tantos escândalos de corrupção que já sobrevoaram este país, envolvendo figuras de destaque e afinal, onde estão os resultados práticos; onde a recuperação dos valores surripiados; onde a pena efectiva que sirva de exemplo inibidor para outros casos futuros?

Tal como a saúde, também a justiça é artigo de luxo e quem pode pagar uma boa defesa consegue quase sempre escapar por entre as malhas da lei.

Restam uns nomes arrastados na lama.

Sim e depois… nada que lhes tire o sono…