domingo, 26 de junho de 2022

Banalizar a vida



 Quando se acredita que o tempo da nossa civilização seria bastante para sermos hoje verdadeiramente humanos, o que vemos todos os dias é a selvajaria e a banalização da vida.

Mata-se sob qualquer pretexto. A masculinidade atua cada vez mais em manada onde mostra toda a sua valentia; a sós, escudam-se em casas de banho e chamam a polícia.

E depois a psicologia tem justificativa para quase tudo: psicopatia, sociopatia, transtornos emocionais e tudo o mais que a ciência resolveu catalogar, muitas vezes para esconder a triste realidade de que o ser humano sem ética e sem moral transforma-se num ser não muito diferente de qualquer animal em meio selvagem.

A morte em contexto de violência doméstica é notícia todos os dias; crianças negligenciadas e mortas são uma situação recorrente. Até parece que o futuro dos países não passa pelos que são agora crianças; os jovens que saem para se divertir, antes usavam os punhos nas zaragatas típicas de certa idade, agora levam armas e parece não terem problemas em usá-las, como se o castigo por matar não os assuste de modo nenhum.

Talvez que as leis não sejam adequadas à gravidade da violência que parece aumentar a cada dia. 

Talvez seja preciso a coragem e a urgência por parte dos legisladores para alterar a brandura de certas leis.

Talvez seja de pedir aos juízes alguma autonomia e independência de decisão, complementarmente à lei, para ensinar humanidade a quem prevarica.

Quando será que os decisores mostram coragem para mudar o que continua a correr mal?



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