SEXTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2016
Quem falhou? De quem foi a culpa?
Todos falhamos!
Quem não teve a culpa, sem sombra de dúvida, foram as pequenas Samira e Viviane, perdidas para o mundo por conta duma guerra de adultos e da sua incompetência como pais.
De uma sociedade que dá primazia aos escândalos financeiros, a comentários de bancada, a trivialidades que nada acrescentam ao nosso crescimento enquanto seres humanos e em que se secundariza o que supostamente é o nosso futuro através das crianças que deveríamos proteger, amar e preparar para nos substituírem, não é de esperar outra coisa.
Todos sem excepção têm culpas: desde logo a mãe e o pai que não cuidaram; os serviços sociais tão rápidos e zelosos em algumas situações e tão ao relanti em outras; a autoridade, que deveria estar apetrechada com as tais competências, tão alardeadas, mas que a prática demonstra que na maioria dos locais, se resume a um qualquer funcionário de serviço, num qualquer local de expediente e sem quaisquer qualificações para determinar o estado mental da pessoa a ser ouvida; e por fim, o hospital onde a mãe terá levado as crianças nos dias anteriores, numa espécie de grito de alerta…
Ao invés de sortear carros aos cidadãos, ou certificados de aforro, ou a criação desnecessária de cargos que nada acrescentam à nossa evolução enquanto país, coloquem os profissionais ligados à saúde mental, próximos das populações, para que se possa corrigir a montante aquilo que se tornará inevitavelmente num drama social a jusante, com os incontestáveis custos económicos e sociais.
Nas escolas, nos hospitais, PSP, GNR, de forma mais visível e onde facilmente e sem burocracias possa ser pedida ajuda e orientação.
Existem excelentes profissionais neste país, muitos dos quais e executar tarefas que nada tem a ver com a sua formação. Criem-se equipas multidisciplinares (três seriam suficientes, norte, centro e sul), com autonomia de deslocação e autoridade nos casos que envolvem crianças e em coordenação com as instituições locais de protecção.
Afinal, por este país fora andam tantos “profissionais” a ganhar ao quilómetro por tarefas tão desnecessárias quanto improdutivas!
Já se percebeu que, caso a caso, para haver uma solução é necessário esperar pela autoridade, pela justiça e pelos serviços sociais, o que é imenso tempo para quem está, por vezes, muitas vezes, desorientado e em grande desespero.
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