Todos, por entre o tempo que vivemos agora, tivemos um dia em que cada um, à vez, tomou consciência da fragilidade da vida e da sua finitude a qualquer momento.
Obrigamo-nos a equacionar o que é importante, pois de repente já não estão garantidos os afetos, tão pouco o dia de amanhã.
De repente também, ficamos sem certezas sobre o emprego, suporte da nossa qualidade de vida.
Para sobreviver ao perigo que espreitava em cada canto, deixaram de ser as nossas regras, os nossos dias apressados; passaram a ser as regras de quem manda, num confinamento obedecido.
A urgência da profissão perfeita, do corpo perfeito, da vida perfeita, foram secundarizadas pela manutenção da saúde e viabilidade de ficarmos por cá mais algum tempo.
Percebemos que todo o poder e todo o dinheiro não compravam a solução que tardava em chegar.
Nunca tantos com tanta autoridade tiveram de obedecer a tão poucos que ditavam as regras que nos mantinham em segurança.
Dos céticos aos mais avisados, todos tivemos um dia em que o mundo, simplesmente descomplicou e tudo reduziu à manutenção da vida.
18.04.2020
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